terça-feira, 23 de agosto de 2016

MEMORIAL RONDON Lançamento de livro e abertura de exposição fotográfica fazem parte da inauguração do complexo


MEMORIAL RONDON

Lançamento de livro e abertura de exposição fotográfica fazem parte da inauguração do complexo


O Governo de Mato Grosso chega à reta final das comemorações pelos 150 anos do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon com a inauguração do Complexo Turístico e Histórico de Mimoso, o Memorial Rondon. A cerimônia será nesta quarta-feira (24), a partir das 8 horas, no distrito de Santo Antônio de Leverger.
Integrada às ações, a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) participa do momento histórico de exaltação da memória de um dos mais célebres mato-grossenses com quatro ações distintas como o lançamento de duas publicações, a abertura de uma exposição permanente e a inauguração de uma estátua em homenagem ao Marechal.
De acordo com o secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, esse trabalho está alinhado aos preceitos desta gestão. “Estamos cumprindo com um dos objetivos mais importantes à Secretaria, que é preservar e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial mato-grossense, bem como democratizar o acesso universal às artes e cultura”, ressalva.
Rondon viveu muitas vidas numa mesma vida, sendo pioneiro em diversas áreas do conhecimento. Foi ele quem primeiro apelou ao país para que respeitasse sua população original, especialmente as Forças Armadas, que passaram a dedicar suas vidas à salvação dos povos indígenas. Foi ele, com suas equipes formadas pelos mais destacados profissionais da época, quem estabeleceu as diretrizes que, por décadas, orientaram as políticas indigenistas do país. Mas a principal inovação de Rondon, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, foi o estabelecimento do direito à diferença. Darcy o considerava o principal humanista brasileiro”, acrescenta.
Publicações
Entre as publicações lançadas nesta quarta-feira (24) está o primeiro volume dos relatórios da produção científica da Comissão Rondon. Parte de um projeto de resgate de 86 relatórios, dos 110 produzidos em décadas de trabalho, a obra disponibiliza ao público os estudos e pesquisas desenvolvidos e comandados por Rondon e que foram publicados entre a primeira década do século XX até a década de 1950.
As publicações originais, raras e de difícil localização, foram encontradas pelos pesquisadores na Universidade Federal de Mato Grosso, Arquivo Público do Estado, Casa Barão de Melgaço, Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça e acervos particulares.
O material digitalizado foi reunido em um livro explicativo, apresentando a trajetória de Cândido Mariano da Silva Rondon, sua capacidade de liderança e preocupação científica e cultural.
Neste primeiro relatório, produzido em 1907, mostra-se a criação da Comissão, com suas estratégias e táticas, os trabalhos inaugurais de campo, a rota inicial e os seus objetivos. A publicação, com conteúdo raro, agora torna-se fonte de pesquisas, preservando não só seu conteúdo, mas também a grafia e estética da obra original.  
A história de Marechal Cândido Rondon também será contada em quadrinhos. Produzido pelo Instituto Mauricio de Sousa, o gibi As Aventuras de Rondon conta com a participação dos personagens da Turma da Mônica e abordará a história de Rondon de maneira divertida, com uma linguagem simples e de fácil compreensão, contando em capítulos a sua trajetória e suas diversas facetas. 
O kit, que contém a revista e um guia de orientação ao professor, será distribuído aos alunos da 3ª a 5ª série do ensino fundamental e aos professores. 

Exposição permanente
Somando às celebrações, destaca-se um importante trabalho de resgate documental que foi idealizado e realizado pelo fotógrafo Mario Friedlander e equipe. Obstinado, há anos Friedlander, tem desbravado alguns dos caminhos trilhados por Rondon no passado, tendo como base os trabalhos realizados pela Comissão Rondon.
Na ocasião do lançamento do Memorial Rondon, Friedlander repassará ao Estado boa parte cópias destes documentos visuais que farão parte do acervo permanente do espaço dedicado a perenizar a relevância histórica do mimoseano Candido Mariano da Silva Rondon.
Friedlander já percorreu mais de 25 mil km entre Rondônia, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, viajando de carro, barco, avião e a pé, para recriar em fotografias alguns dos lugares por onde Rondon passou. O resultado é o projeto Paisagens de Rondon que, além das imagens de sua autoria, revela ainda um importante arcabouço de registros iconográficos deixados por Rondon na passagem por estes mesmos lugares.   
Já o escultor Frede Fogaça escolheu uma imagem icônica de Rondon para edificar uma escultura em cimento, medindo 4 metros. A peça é iniciativa do próprio artista que quis reverenciar a imagem de um dos brasileiros mais ilustres da história nacional.
O memorial
Edificado em meio ao Pantanal mato-grossense, o Memorial possui referências indígenas, uma das principais lutas de Rondon que, inclusive, idealizou o Parque Nacional do Xingu. Com mais de três mil metros quadrados, abrigará atividades comunitárias e de apoio ao turismo como comercialização de artesanatos, guias turísticos, informações aos visitantes, salas de exposições e também uma biblioteca. O projeto arquitetônico é de José Afonso Botura Portocarrero com coautoria de Paulo Molina.  
Candido Mariano da Silva Rondon, o marechal Rondon, nasceu no distrito de Mimoso em 1865. O militar se tornou pioneiro na implantação das primeiras linhas telegráficas em Mato Grosso, após Rondon se alistar na escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro, sendo promovido de sargento a marechal ao longo de sua carreira militar. Além da comunicação, Marechal Rondon é notório ativista pelos direitos indígenas e a implantação da política nacional para estes povos.

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